Protetor, prudente, afetuoso e corajoso. Excelente para crianças por ser muito paciente. Late pouco, nunca desnecessariamente, e é muito seguro de si. Este é o Akita, cachorro considerado monumento nacional no Japão. Possessivo com seu território, ele foi, até meados do século 19, propriedade exclusiva de samurais e seus senhores. Na guarda, seu comportamento não é ostensivo, como pode-se observar nos Dobermanns, por exemplo. Seguindo a tradição japonesa, o Akita mantém-se sempre em um local que ofereça boa visibilidade e se desloca apenas se achar necessário.
É também muito apegado ao dono, sendo considerado "cão de um dono só", sofre muito quando abandonado e, muitas vezes, não consegue se adaptar a um novo senhor. Além disso, de acordo com o livro "A Inteligência dos Cães", do especialista Stanley Coren, O Akita tem imensa dificuldade em aceitar ordens de estranhos – o que faz dele um ótimo guardião de propriedades e excelente companhia pessoal.
Lealdade acima de tudo
Uma das histórias mais célebres do Akita, e que ajudou a transformá-lo, definitivamente, em monumento nacional japonês, teve como protagonista um cão chamado Hachiko, na década de 1930.
Todo ano, em 8 de abril, ocorre uma cerimônia solene na estação de trem de Shibuya, em Tóquio. Centenas de amantes de cães se reúnem em homenagem à lealdade e à devoção de Hachiko, fiel companheiro do dr. Eisaburo Ueno, um professor da Universidade de Tóquio.
Em 1924, Hachiko foi enviado a casa de seu futuro proprietário, o Dr. Eisaburo Ueno, um professor do Departamento Agrícola da Universidade de Tóquio. A história dá conta de que o professor ansiava por ter um Akita há anos, e que tão logo recebeu seu almejado cãozinho, deu-lhe o nome de Hachi e, logo em seguida, passou a chamá-lo, carinhosamente, pelo diminutivo, Hachiko. Foi uma espécie de 'amor à primeira vista', pois, desde então, se tornariam amigos inseparáveis! O professor Ueno morava em Shibuya, subúrbio de Tóquio, perto da estação de trem de mesmo nome. Como fazia do trem seu meio de transporte diário até o local de trabalho, já era parte integrante da rotina de Hachiko acompanhar seu dono todas as manhãs. Caminhavam juntos o percurso que ia de casa à estação de Shibuya. Mas, ainda mais incrível era o fato de que Hachiko parecia ter um relógio interno e sempre, às 15h, retornava à estação para encontrar o professor, que desembarcava do trem da tarde, para acompanhá-lo no percurso de volta à casa.
Entretanto, algo de trágico estava para acontecer no dia 21 de maio de 1925. Hachiko, que na época tinha pouco menos de dois anos de idade, à hora certa, lá estava na estação como de costume, pacientemente à espera de seu dono. Só que o professor Ueno não retornaria naquela tarde de 21 de maio – sofrera um derrame fatal na Universidade. Naquele dia, o leal e fiel Akita esperou por seu dono até de madrugada.
Após a morte do professor Eisaburo Ueno, conta a história que seus parentes e amigos passaram a tomar conta de Hachiko. Mas, tão forte era o vínculo de afeto para com seu amado dono, que, no dia seguinte à morte do professor, ele retornou à estação para esperá-lo. Retornou todos os dias, manhã e tarde à mesma hora, na incansável esperança de reencontrá-lo, vê-lo despontar da estação de Shibuya. Às vezes, não retornava à casa por dias.
Foi assim por dez anos seguidos, repetindo a mesma rotina, razão pela qual já era presença familiar e pitoresca para o povo que afluía à estação. E ainda que, com o transcorrer dos anos, já estivesse visivelmente debilitado em conseqüência de artrite, Hachiko mantinha-se firme em sua vigília. Nada nem ninguém o desencorajava de sua peregrinação.
A história teve seu triste clímax em 8 de março de 1935, quando, aos 11 anos e 4 meses, Hachiko foi encontrado morto no mesmo lugar da estação onde, por anos a fio, esperou pacientemente por seu dono.
Hachiko, como não poderia deixar de ser, tornou-se um marco, um referencial de amizade talvez jamais igualável em qualquer era anterior ou futura na história japonesa. Sua lealdade recebeu o reconhecimento de todo o Japão. Em 21 de abril de 1934, um ano antes de sua morte, uma pequena estátua de Hachiko, feita de bronze pelo famoso artista japonês Ando Teru, foi desvelada em sua honra numa cerimônia perto à entrada da estação de Shibuya. Era a memória de Hachiko sendo imortalizada.
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que história linda... eu assisti a um filme que conta essa história, é realmente emocionante, porém triste.
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